O Reino Telestial
É Uma Grande Prova Do
Amor De Deus
Destino
De “Muitos, Muitos Membros Da Igreja, Muitíssimos Mesmo”
O grande plano de salvação é um tema que
deveria ocupar nossa estrita atenção
e ser considerado como uma das melhores
dádivas do céu para a humanidade
Profeta Joseph Smith – Ensinamentos dos
Presidentes da Igreja, Lição 17, p.217-218.
“Aqui na mortalidade, cada um de nós tem a
oportunidade de escolher o tipo de lei que seguirá.
Estamos vivendo e seguindo leis celestiais
que nos tornarão candidatos à glória celestial
ou obedecendo a leis terrestres que nos
tornarão candidatos à (...) glória terrestre ou teleste.
O lugar que ocuparemos nos mundos eternos
será determinado por nossa obediência
às leis desses vários reinos durante o
tempo em que estivermos na mortalidade aqui na Terra.”
Presidente Harold B. Lee – Ensinamentos dos
Presidentes da Igreja, lição 24, p. 230.
I Coríntios 15:40-41; Doutrina & Convênios 76:81-90; 98-106;
109-112
Confesso, que antes deste artigo, minha visão a respeito
do Reino ou Glória Telestial, a menor dentre todas, era módica, insuficiente e
ingrata, diante da veracidade que tentarei compartilhar com você. Portanto,
este artigo é o meu sincero pedido de desculpas diante da perfeita e justa expressão
de amor do Pai Celestial em nos conceder esta glória menor para que nenhum de
nós se perca, para que “o mais fraco dos fracos” possa, se assim o desejar,
encontrar um lugar de proteção, felicidade e progresso eterno sob Seus sábios
cuidados.
Foi
através do jovem Profeta Joseph Smith que o Senhor revelou-nos mais uma verdade
eterna, a verdade como ela realmente é, o plano divino de salvação. Em sua época, esta revelação ficou conhecida
como “A Visão”. A seção 76 relata no versículo 12 – “Pelo poder do Espírito abriram-se
nossos olhos e iluminou-se nosso entendimento, de modo a vermos e
compreendermos as coisas de Deus —“ Esta revelação veio para equilibrar o entendimento confuso e
medíocre da humanidade, onde a crença mais comum era a de que existia somente o
céu ou o inferno, entretanto, outra crença que crescia em meio aos homens
daquela época, era o universalismo. O texto abaixo faz parte do livro Revelações
em Contexto, p.152, onde se descreve qual era o ambiente em que o mundo
e os santos se encontravam diante destas doutrinas incompletas.
“A doutrina da vida após a morte colocada
em “A Visão” diferia drasticamente das crenças da maioria dos cristãos, na
época. A maioria acreditava na estrita teologia de céu e inferno do mundo
vindouro: os obedientes ao evangelho de Jesus Cristo seriam salvos, mas os
iníquos seriam condenados ao castigo eterno. No entanto, havia um número
crescente que se sentia que essa ideia de céu e inferno era inconsistente com
outros ensinamentos bíblicos sobre a misericórdia, justiça e poder de Deus,
para salvar.
Por exemplo, um jovem congregacionista
chamado Caleb Rich sentiu-se incomodado quando seu ministro ensinou que o
Cristo teria alguns meros “troféus de sua missão para o mundo, enquanto seu
antagonista teria incontáveis milhões de pessoas”. Rich temia que sua própria
“situação [espiritual] parecesse mais incerta do que um bilhete de
loteria”. Ele, por fim, rejeitou a doutrina de seu ministro e abraçou o
que é conhecido como o Universalismo. Simplificando, os universalistas
acreditavam que Deus não puniria eternamente os pecadores, mas que todos, por
fim, seriam salvos no reino de Deus. O pai de Joseph Smith e seu avô Asael
Smith tinham opiniões universalistas.
A maioria dos cristãos sentia que o
universalismo havia chegado muito longe, que seu ensino da salvação universal
tirava todos os incentivos para guardar os mandamentos de Deus e levaria para
uma vida dissoluta e imoral.”
O
Plano de Salvação (Alma 24:14; 42:5; Moisés 6:62), ou O Plano de Felicidade
(Alma 42:8, 16), ou O Plano de Misericórdia (Alma 42:15, 31), ou O Plano de
Redenção (Jacó 6:8; Alma 12:25–33) ou O Plano de Restauração (Alma 41:2) e
assim como outros possíveis nomes e/ou expressões, se fazem valer como o mesmo
plano, o Plano de Deus, o nosso Pai Eterno.
A
primeira coisa que precisamos compreender é que ninguém entrará em qualquer
parte de qualquer reino ou glória que estejam disponíveis dentro do Plano de
Salvação, sem que, “seu joelho se dobre e sua língua confesse que Jesus é o
Cristo”; todos precisam aprender sobre o evangelho e de coração sincero,
aceitar a todas as ordenanças e convênios, para que, somente depois, possam ser
aceitos em um lugar designado pela justiça divina.
Isto quer
dizer que, o livre arbítrio continua a existir, mas as consequências das
escolhas, também. Lembre-se que ninguém pode ser salvo em ignorância, em outras
palavras, precisamos primeiramente saber, para depois, escolher; saber sobre o
plano divino e a expiação e poder dizer sim ou não para um ou outro mestre que enfim
você seguirá.
“Os que estiverem em outros reinos que não
o celestial, serão instruídos no Evangelho?
Sim, toda verdade é verdade do Evangelho; e
toda alma eventualmente terá de tomar conhecimento do plano de salvação, pelo
menos na medida que lhe for possível fazer. Lemos que todo joelho terá de
curvar-se e toda língua confessar Jesus Cristo como o Filho de Deus. Sendo isto
verídico, então toda alma terá que saber alguma coisa a respeito dele.
(...) Em todo reino, os habitantes devem
saber que foram redimidos da morte, e que receberam as bênçãos a eles
concedidas pela misericórdia de Jesus Cristo.”
Presidente Joseph Fielding Smith –
Doutrinas de Salvação, Vol. II, p.23.
Outro
fato que precisamos compreender é que, ainda que seja um reino de menor glória,
ainda há nesta esfera teleste, bênçãos e conhecimentos suficientes para
evoluirmos de forma inigualável e inimaginável diante das reais possibilidades da
vida que hora desfrutamos nesta terra. Na Seção 76:80 de Doutrina &
Convênios, o Senhor deixa isto bem claro ao dizer, que “a glória do telestial, que ultrapassa todo
entendimento;”.
A
princípio, pode parecer desanimador pertencer a este reino de glória “tão
pequena” e ainda, conviver com uma classe de seres humanos onde o pecado se fez
tão presente e comum quando estavam vivendo nesta vida mortal, no entanto, vale
lembrar que ainda é um reino de glória, ou seja, ainda há luz e ordem, proteção
divina, alegria e felicidade acima da nossa compreensão atual, o que me leva a
crer, que o nível de vida neste ambiente, em muito supera nossas melhores
expectativas de hoje.
Os
que forem designados a viverem neste reino encontrarão conhecimento suficiente
para progredirem com constância e desenvolverem atributos divinos, que jamais
conseguiriam atingir vivendo nesta vida mortal. Haverão de sentirem-se gratos
pela bondade e misericórdia celestial, por ainda alcançarem um reino que é um
refúgio, não só de proteção, mas também fonte pura de glorioso saber.
Haverá tanto
para se aprender e desenvolver nesta esfera teleste, que uma eternidade vos
parecerá não ser o suficiente para atingir a todas as divisões. Creiam-me, há
muito mais trabalho a ser realizado após esta vida do que possamos imaginar,
considerando hoje a mente finita que possuímos.
O
fato de que nesta esfera de glória teleste existam inúmeras divisões ou graus,
nos revela que o amor e a justiça de Deus prevalecem ao separar seus filhos de
forma mais compatível e justa. Pois, as oportunidades de crescimento e
liderança se manterão e se disponibilizarão aos que se portarem-se fiéis e dignos
de receberem mais e mais à medida que obedeçam e conheçam profundamente Sua
glória divina.
Neste caso,
por meio da fidelidade e da obediência pessoal, muitos poderão acelerar seu
progresso ao serem elevados a graus ou níveis maiores, sempre e somente dentro deste
próprio reino ou esfera, ou seja, o reino teleste.
Diante
das dificuldades e tristes provações a que somos submetidos nesta terra, muitos
vivenciando horrores, sofrendo perseguições, suportando fome, sede, enfim, toda
sorte de maldades e crescente superstições, deveríamos ver as promessas
contidas e disponíveis para nós no reino telestial com relativa gratidão, enxergando-as
como algo digno de um rei.
Não indo muito
longe, a vida que muitos de nós, brasileiros, possuímos nos dias de hoje, é
razoavelmente boa, tendo em vista o sofrimento alheio em vários países, onde a
fome leva à morte tanto crianças quanto a adultos; também, onde a escravidão e
o autoritarismo de seus governantes massacram e mutilam qualquer esperança de
um viver digno e solidário.
Estes
infelizes dariam tudo para estar em nosso lugar. Esses desafortunados desejam
apenas, ter a vida que temos aqui, nesta nossa parte da terra. No entanto,
volto a dizer, que a glória teleste nos concederá muito mais do que o nosso
coração pode imaginar. Seremos instruídos por seres enviados do alto para nos
ensinar e nos guiar e teremos ainda o privilégio da visita do Espírito Santo,
que é também, um Deus. Desfrutaremos de paz, segurança e não mais sentiremos
dores, tormentos, medo e tristezas conforme as deste mundo. Habitaremos em uma
sociedade mais justa e solidária.
Não
é atoa que este reino de glória esteja dentro dos limites que pertencem ao Pai
Eterno, e como seus servos, receberão D’Ele, nem que sejam “suas migalhas”, o
que na prática, ainda serão banquetes reais, tendo em vista a vida que aqui
vivemos.
“E serão servos do Altíssimo; mas onde Deus
e Cristo habitam não poderão vir para todo o sempre.”
Doutrina & Convênios 76:112.
Precisamos
lembrar que o destino de cada um na eternidade está totalmente ligado a nossas
escolhas nesta vida terrena. É a nossa capacidade e disposição de amar e de
obedecer a Deus que nos elegerá a um, ou, a outro local de glória. A palavra
chave é: Obediência.
“As mais
excelentes bênçãos de Deus estão claramente condicionadas à obediência às leis
e aos mandamentos de Deus. O ensino-chave encontra-se na revelação moderna:
“Há uma lei,
irrevogavelmente decretada no céu antes da fundação deste mundo, na qual todas
as bênçãos se baseiam — E quando recebemos uma bênção de Deus, é por obediência
à lei na qual ela se baseia” (D&C 130:20–21).
Esse grande
princípio nos ajuda a entender o porquê de muitas coisas, tais como a justiça e a
misericórdia compensadas pela Expiação. Explica também por que Deus não
impedirá o exercício do livre-arbítrio por Seus filhos. O livre-arbítrio —
nossa capacidade de escolher — é fundamental para o plano do evangelho que nos
trouxe à Terra. Deus não intervém para impedir as consequências das escolhas de
alguns, a fim de proteger o bem-estar de outros — mesmo quando matam, ferem ou
oprimem uns aos outros — isso destruiria Seu plano para nosso progresso eterno. Ele nos abençoará, para que suportemos
as consequências das escolhas dos outros, porém não impedirá essas escolhas.”
Lembrem-se
sempre, que não é o meu objetivo tecer em vossa mente um conformismo em aceitar,
desde já, um lugar no reino telestial; mas sim que, devemos continuar buscando
um aperfeiçoamento natural e constante através do evangelho restaurado para
desfrutarmos de glórias maiores onde alcançaremos a plenitude possível de nossa
alma.
O desafio
individual é que honremos o sacrifício expiatório do Mestre, através de um
viver saudável e pleno ao limite de nossos esforços sinceros e assim, quando
nos apresentarmos diante da Deidade, possamos com poder, dizer que, sim,
fizemos o nosso melhor em favor e honra diante da graça e misericórdia recebida
do Salvador.
O
meu desejo é demonstrar a bondade e a misericórdia de Deus em buscar a salvação
ou a exaltação ao máximo de seus filhos.
Todas as
oportunidades foram, ou ainda serão criadas, para favorecer a cada um que
deseja livremente seguir os conselhos divinos e vir a desfrutar das bênçãos
prometidas, tanto nesta vida, como na vida eterna.
OS REINOS SUPERIORES MINISTRAM AOS
INFERIORES. Todavia, através de sua abundante misericórdia, o Senhor fará o
máximo que puder ser feito e, portanto, dará a todos um lugar em alguma parte –
se não dentro das portas da Cidade Santa, então fora dela – (Apocalipse 21:27;
22:14-15.) onde os que não tem direito à plenitude das bênçãos poderão ser
ministrados pelos que possuem glória maior. Pois nesta visão que fala das glórias,
lemos também que aqueles que habitam no reino celestial, ministrarão àqueles do
reino terrestre; os do reino terrestre hão de ministrar àqueles do reino
teleste.
O Filho poderá ir ao terrestre, mas os que
entrarem nesse reino não receberão a plenitude do Pai; não verão a grandeza de
sua glória. Ele lhos recusará. Jamais voltam à plenitude de sua presença. Os
que entram no reino teleste não receberão a plenitude do Pai ou do Filho. Estes
não irão lá, mas enviarão mensageiros para visitar e instruir os habitantes
dessa glória.
Os do reino terrestre hão de visitar os do
reino teleste; e os do celeste visitarão os do reino terrestre. Estes não
poderão ir aonde o Pai está, pois disse o Senhor: “Onde Deus e Cristo habitam,
não poderão vir, mundos sem fim”, (D&C 76:112.) Entretanto, na mesma seção
está escrito que, a despeito desse fato, os que entram ali terão bênçãos tão
grandes, que ultrapassam todo o entendimento. (D&C 76:86-89.) Tamanha é a
misericórdia do Senhor. Ele se empenhará em salvar todos os seus filhos, e
exaltar o máximo possível deles.
Presidente Joseph Fielding Smith –
Doutrinas de Salvação, Vol. II, pp. 5-6.